sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Feliz Despedida


E a vida se renova
Mais uma partida
Mais uma historia a ser cantada
Uma alma a ser clamada

É o fim
Um ciclo que se fecha
Um momento que se desfaz
Uma prosa que se completa

Com tantas palavras
Sem nenhuma para dizer
Vou sentir sua falta
Irmão vá em paz

Desejo que seu caminho seja sempre claro
Que suas canecas estejam sempre cheias
Que suas mulheres sejam sempre belas
E que o amor e a paz sejam eternamente sua morada

E sabia que neste momento você se imortaliza em minhas frases
Caro amigo, estaremos sempre juntos

Fernando “Fionn” Marques

Declarações de um Galliard

Essa noite
uma mágica
uma felicidade estranha
uma canção esquecida

meus olhos viam mulheres
meu coração procurava você
minha alma clamava pela sua
minha magia sem você
estava nua

e sem entender
saí a caminhar
com a saudade me apertando
me forçando a partir
as lágrimas nos olhos não sei explicar
só sei que te amo
e assim me encontro
quando seu sorriso abre

Na frenética
e quente pista de dança
não via nada
não sentia
seu cheiro me perseguia
sua boca
minha sina
eu queria você
eu preciso de você

toda noite
uma nova dança
numa mesma música
minha sedução só para ti
minha alma suspira por você
um homem enlouquecido
um poeta enamorado
um casamento consumado
na arte do amor
meio estranho
meio virtual
mas intenso e real
eu ja não quero pensar

assim
sob a benção de lunna
eu te peço
seja pra sempre minha
seja minha esposa
seja minha rainha

seja seus os meus dias
para ao teu lado acordar
para ao teu lado sorrir
chorar e viver
se case comigo
minha razão do viver


Fernando "Fionn" Alvarez

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Tudo começa em nós mesmos. Quando nos entregamos a nossos próprios anseios. Dentro de nós, mergulhamos numa viagem ao nosso próprio centro. Uma espécie de Egomologia. Passamos a nos importar com nossas próprias almas. Nessa mística busca cotidiana de definições, conceitos, palavras, algo que nos explique o que e quem somos, adentramos em um mundo alheio a realidade que nos envolve todo dia.
Somos encapsulados pela magia quimérica dos sonhos... Chegamos a um estado de espírito em que nos absorvemos em sonhos e fantasias... Temos nossos corpos tocados pelo Glamour. Nesse instante, cremos até naquilo que olhos não podem ver, ou mãos possam tocar, ou ouvidos possam ouvir.
Esse torpor do Espírito foi nomeado Onirismo. Ali somos seres oníricos. Praticantes de oniromancia, numa ânsia de interpretar sentimentos e imagens. Oniromantes de nós mesmos. Feitos de névoa estelíferas. Somos Brizomantes. Amantes da brizomancia, a arte de adivinhar pelos sonhos.

12/05/2006

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Chronos

O tempo não é linear... ele é como um rolo de filme... um quadro está sobre o outro... passado, presente e futuro se misturam... a roca do destino nunca deixa de fiar... a roda da fortuna nunca deixa de rodar... Eras dão passagem umas as outras... e a vida vai seguindo seu rumo... hoje não se reconhece mais o número do telefone, ou a voz do outro lado... mas se diz que sente falta, porque isso é convencional... e somos convencionais mesmo quando não somos... se diz que não esqueceu por comodidade... não é proposital, é humano... é comum... acostuma-se a determinadas atitudes com determinadas pessoas... acomoda-se a ter aquela pessoa que você já acha conhecer para segurar a barra... qualquer amigo pode fazer isso, mas nenhum deles têm a suposta obrigação que um companheiro tem... nenhum deles está disponível 48 horas por dia, 14 dias por semana, 8 semanas por mês, 24 meses por ano... não se percebe as mudanças, não se sente o cheiro do ar que entra e sai pelas narinas de maneira tão naturalmente involuntária... não se percebe o sabor de cada momento... tudo vai ficando igual... mesmo não estando igual... toda a magia vira rotina... às vezes sem sentimento... porque tudo realmente passa... nada se perde tudo se transforma... a cumplicidade de sussurros e juras, cede espaço aos conselhos, broncas e risadas amigas... mas o coração precisa de mais... as pessoas não perdem... seus sonhos adoecem... morrem... apodrecem... o fedor impestia o mundo... mas todos fingem não saber, não perceber... se acostumam com o processo... a vida passa a ser só isso... a humanidade sub-vive... é necessário que crianças batam palmas para que fadas não morram... Tudo é Ode a Banalinade... eu sou volúvel, inconstante, involuntária, travessa, inesperada... eu sou viva e vivo porque tenho vida... e sinto quando Gaia muda de fase... quando a Lua muda de máscara... sei quando meu tempo acabou... e o meu acabou... a foice ceifa o campo e prepara a terra para novo plantio... é o cio de Gaia... é um novo rumo no mesmo caminho... uma nova chance para que todos olhemos em volta e nos enxerguemos... aprendemos você comigo, eu com vocês, nós com eles, eles conosco... agora que já sabemos a lição, hora de pô-la em prática com quem é real e realmente está por perto para isso.


30/04/05 - Sonhadora

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Novidade - por Owen Phillips

Anseio um novo peito
E que nele abrigue um novo coração
Por quê esse sem jeito
Ameaça ir ao chão
Quero um novo rir
De dentes novos como estrelas
levando alegria aqui e ali
Para quem se permitir tê-las
Busco um rosto puro
Com menos rugas e ranhuras
Nele se transpire consolo,
cura de todas as amarguras
E que se não for assim
Que seja ao menos novo
E para que no fim
Eu seja outro

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Orvalho - por Icarus

Olhar correspondido pela janela,
em passagem efêmera,
vento no rosto,
violinos em fones.

Hino de vida,
dia que se abre,
alma que respira

e cair no mundo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mais uma poesia perdida

Há de ser meu homem.
Meu e só meu.
Com as mãos grandes
Espalmadas em meu corpo.
Ah! Sim! Há de ser!
Há de ser eterno, imortal,
Sendo chama, incêndio
Ou tempestade, que importa?
Importa, sim, que sejas
Sensível, doce.
Preste bem atenção:
Não peço que sejas afeminado.
Só que sejas homem,
No sentido real da palavra.
Hei de ter teu cheiro
Preso às minhas narinas,
E teu gosto em meus lábios.
Há de ser meu homem.
Meu complemento, meu inteiro.
Há de me conhecer milimétricamente,
Pelo avesso e dane-se o resto.
Danem-se as línguas maldosas,
As variadas críticas.
Porque tu hás de ser meu homem
E sentirei teu peso sobre meu corpo,
Teu toque sobre minha pele.
Sentirei teu pulsar dentro de mim, em mim.
Há de me levar à loucura,

E me perceber, pressentir,
De me tornar os olhos rasos de lágrimas puras,
Tamanha felicidade...
Manter-me o sorriso aberto!
Verás quando e onde dói,
E farás da ferida, cicatriz.
Há de ser meu homem, pois sou possessiva.
Serás o corpo ao meu lado,
Serás o prazer, a entrega...
Tornarás o entardecer
Um evento sem pressa.

E, quando não estiveres aqui,
Estarás perto com esses olhos
Que me observam, me miram.
Esse encanto nunca morrerá.
Porque há de ser meu homem
Por toda essa vida e
Por todas as que existirem,
E do outro lado da morte.

Para quem se impressiona,
Se aterroriza com esse desejo explícito,

Com essa confissão pecaminosa,
Digo que, de tanto amar, não peco:
Aproximo-me de Deus.

Sim, há de ser meu homem!

E se alguém acha mais belo chamá-lo de
Amor, marido ou amante,
Digo que chamo pelo que és: homem.
Ou seja, tudo isso e mais um pouco.
Pois é meu... meu corpo,
Meu coração, minha mente,
Minha alma, meu ser.
És meu homem e eu sou tua...
Amada, amante, mulher.
--

(Encontrei em meus arquivos hoje. Não lembro quando escrevi, mas acabo de editar.)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sobre Escrever 2

Escrever me liberta.
Quando escrevo, baixo a guarda.
Deixo o outro chegar mais perto.
Permito que me veja por dentro.

Quando escrevo, destranco meus portões.
Libero uma ponte de acesso.
Revelo a sala de estar da minh'alma.

Quando escrevo, não redijo textos.
Não há palavras, nem fonemas.
Existe apenas eu:
Minha carne, minha face, meu cerne.

É possível ouvir sussurros de gozo.
Escutar gritos de agonia.
Esturricar sob meu Sol de alegria.
Ou se afogar na enxurrada de paixões.

Porque, quando escrevo, confesso pecados.
Desvendo desejos.
Projeto amores.

Ponho me nua, sem escudos, muros ou fortalezas.
Ponho me crua, sem ataque, sem defesa.

Autorizo ao leitor que me decifre o espírito.
Dou uma amostra de meu território.
Onde sou livre, autêntica.

Por me divulgar de forma tão transparente,
Acabo por doar, mesmo contrariada,
Parte dessa liberdade que tanto me apetece.

(02/01/11 - 21:00)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Um Cassino Chamado Vida

Minha afilhada veio me dizer que tinha trancado a faculdade de psicologia. Estava frustrada com os professores, decepcionada com o curso e acredita ter descoberto não ter nascido para ser psicóloga.Preocupada com aquele papo de "o tempo está passando", "você não pode ficar parada", "precisa decidir logo" e afins; a mocinha veio me perguntar qual profissão seria perfeita para ela na minha opinião: "Sinto-me perdida, Dinda". Estou contando isso porque achei interessante como sempre nos sentimos perdidos diante de decisões e mudanças. Mais interessante ainda é a freqüência com que perdermos a nós mesmos. Cheguei a dizer para minha doce afilhada: "Serenity, isso acontece com todo mundo. Na verdade começo a achar que novidade é quando nos sentimos 'achados'." Observem bem. Estamos sempre apostando todas as nossas fichas, ou partes delas, em alguma coisa. É comum apostarmos em um projeto, buscando realizar objetivos, concretizar sonhos, sejam profissionais ou pessoais. Mas apostamos sem saber o resultado. Tudo que temos é a nossa parcela individual de Fé. Ainda que participemos de um mesmo plano, e todos queiramos o sucesso dessa empreitada. Cada um colaborará com o que tem: fé, garra, coragem, culhão, empenho. O instante no qual decidimos participar do jogo, arriscar a rodada, é o momento da perda de nós mesmos. Enchemo-nos de perguntas retóricas sobre nossa medida de força, gana. Questionamo-nos se temos um lugar macio onde pousar o bumbum se tudo der errado. Afinal tombos sempre dóem. A incerteza nos paralisa por instantes. Contudo aprendemos cedo, o tempo não anda, voa na velocidade da luz. Esperar é impossível. Não podemos embromar muito. E tomamos a decisão, sem ter a confiança de ser a escolha certa. Porém não há como virar as costas aos acontecimentos. Como ignorar o chamado do crupiê chamado Futuro? Apostamos. De olhos fechados, ouvidos tampados, boca seca, nó na garganta, lágrimas pelo rosto, feridas sangrando... indifere! Relevante somente que apostamos! E resta à roleta da vida determinar se quebramos a banca ou somos quebrados por ela. O resultado pode ser atribuído ao acaso, sorte, destino, maktub etc.. Denominem como quiserem. Mas, o que é real? A realidade é que não sabemos quem controla a roleta... Qual o substrato responsável por sua sustentação... Qual tênua e abstrata dimensão manipula as faces do tempo - passado, presente, futuro... Sabemos algo mais essecial: Quem controla as fichas. Então cuidem das suas, observem seu derredor, absorvam, aprendam, apreendam. E apostem. São os riscos os responsáveis por chamarmos o fato de existirmos VIDA.

15/08/06 - Sonhadora

sexta-feira, 1 de abril de 2011

E então... (por autor convidado)

"Lá se foram os dias em que as horas tão passadas se deram lentas e vagas como cortinas brancas flutuando em casas cinzentas. Foi-se também meu grito curto e ameaçado de chamar a atenção de alguém quando eu vi uma mulher cantando, coberta de suas roupas simples como vestes roídas por ratos, e o formato de sua fisionomia contendo uma beleza pobre não foi capaz de compensar sua voz gritante e humilhada! Que fortes palavras a têm! Insisto eu enquanto tento emitir um comentário sobre a minha inquieta dúvida, ansiosa e até barulhenta pergunta de eu ter o ciúme de somente eu querer a voz que não me pertence. Estou tentando caber no que não chamo de realidade, mas é que a dimensão exata do diâmetro do silêncio onde muito me escondia já não tem a abertura suficiente de eu escapar do mundo. E de onde virão meus próximos medos? Não sei bem como o descrever o que me virá nas horas poucas que restam como as sobras da última ceia ainda não bem devorada por bocas secas e sem vontade de fome. Mas sei, de meu imediato instante, que não quero ficar por aqui tentando lembrar novamente do meu antigo retrato pendurado na parede amarelada da sala".

J.X.N - Dedico meu hoje, meu mais forte apego, àqueles que chegaram perto do meu escuro, sem mesmo entenderam minhas palavras. Obrigado por tudo!

(João Ximenes Neto é visitante constante de nossa humilde Casa)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quando eu caminhar sozinha,
Diga-me que estás comigo.
Quando eu quiser chorar,
Detenha minhas lágrimas.
Quando eu quiser perdão,
Diga-me que não preciso.
Quando eu insistir,
Absolva-me.
Quando eu quiser sorrir,
Dê-me motivo.
Quando eu for dormir,
Sejas meu sonho.
Quando eu sentir frio,
Dê-me calor.
Quando precisar de um amigo,
Estenda-me a mão.
Quando eu quiser conforto,
Ofereça-me seu colo.
Quando desejar consolo,
Sejas meu coração.
Quando eu pedir amor,
Diga-me que já tenho.
Quando eu terminar essa prece
Faça-me acreditar que ouviu,
Dê-me um segundo de esperança,
Lembre-me que estás aqui.


Janeiro/2005

terça-feira, 29 de março de 2011

Permita-se Amar

Permita-se amar. Encha os olhos com o sorriso de outra pessoa. Descubra a flor que desabrocha em outros lábios. Deixe-se amar. Seja o porto seguro, o aconchego de outro ser. Preencha tua alma com o ruídos dos risos, dos passos. Abra esta imensa casa para um novo, um único habitante. Deixe-o retirar a poeira das prateleiras. Deixe-o preencher o branco das paredes com as cores da felicidade, da paixão, da saudade (aquela fisgadinha no peito e aquele olhar perdido que só quem ama tem). Vamos!! Entregue a chave ao novo dono! Deixe que ponha nas estantes as fotos, que ecoem as músicas, que organize os livros que contam suas lembranças e sonhos. Libere-se ao amor. Sinta os braços em volta de teu corpo, sinta o calor, a pele, o gosto. Entregue-se. Deixe que tua alma sinta a paz que existe ao se dormir nos braços da pessoa amada e acordar recostado em seu peito. Não idealize. Não pense. Não compare. Sinta! O Amor é sentir... Faça do teu corpo a cortina de outro. Faça de tua pele o cobertor de outra pele. Transforme-se no abrigo de um ser. Tua felicidade. Ame! Ame! Ame! Ame! Conjugue esse verbo - AMAR - no presente, no passado, no futuro! Ah... Ame! Torne a tua existência especial. Tenha a tua presença extremamente notada e tua falta intensamente sentida. Torne a tua vida marcante, marcada. Tatue a tua história no coração de alguém. Permita-se ser invadido pelo olhar penetrante de alguém, ser tocado. Tatue a história de alguém no teu coração. Solte-se. Ame... Ame muito. Ame cada segundo de cada dia por toda eternidade. Mas ame...

Ano 2002

domingo, 23 de janeiro de 2011

Amor de Guerreiro

...talvez possa sentir...
Talvez ainda possas sentir!!!
E se puderes? O que faço eu?
Nada. Só lamentos.
Talvez...como posso construir
Uma realidade sobre talvez?
Como fazer um suspiro tornar-se um ser?
Não. Não sou louco.
Tão pouco sou são.
Não há ser vivo em todo Universo
Que seja são após sentir
Vibrar dentro do peito amor.
O que digo são pedaços
Sem sentido.
São fragmentos de lembranças,
histórias que viraram vento, pó, cinzas e lágrimas.
Podes sentir. Sei que podes.
Sei que podes sentir-me dentro de ti.
Assim como posso sentí-la em mim.
Tolos. um dia um desses muitos
Veio me dizer que amor é sentimento
de fracos e mulheres.
Tolos. Pois sou homem.
E bravo. E guerreiro!!
Eis que sofro muito por amor.
Assim como minha espada
Defende meu povo,
Ela defende meu coração.
E, sorte dos tolos, não
Perco meu tempo com
Pequenos espíritos, isentos de amor
(Ou de qualquer sensibilidade necessária
Para fazer de um ser um humano).
Minha flor-de-liz, onde andarás?
Perdida por este mundo louco e bravio...
Sei que podes sentir-me.
Sei que estás viva em algum lugar.
Minha doçura eterna.
Vou encontrá-la!
E farei um ser,
não de um suspiro,
Mas de uma noite de amor...
Farei um ser que tu abrigarás em teu ventre!!!


(Dezembro de 2004)