sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mais uma poesia perdida

Há de ser meu homem.
Meu e só meu.
Com as mãos grandes
Espalmadas em meu corpo.
Ah! Sim! Há de ser!
Há de ser eterno, imortal,
Sendo chama, incêndio
Ou tempestade, que importa?
Importa, sim, que sejas
Sensível, doce.
Preste bem atenção:
Não peço que sejas afeminado.
Só que sejas homem,
No sentido real da palavra.
Hei de ter teu cheiro
Preso às minhas narinas,
E teu gosto em meus lábios.
Há de ser meu homem.
Meu complemento, meu inteiro.
Há de me conhecer milimétricamente,
Pelo avesso e dane-se o resto.
Danem-se as línguas maldosas,
As variadas críticas.
Porque tu hás de ser meu homem
E sentirei teu peso sobre meu corpo,
Teu toque sobre minha pele.
Sentirei teu pulsar dentro de mim, em mim.
Há de me levar à loucura,

E me perceber, pressentir,
De me tornar os olhos rasos de lágrimas puras,
Tamanha felicidade...
Manter-me o sorriso aberto!
Verás quando e onde dói,
E farás da ferida, cicatriz.
Há de ser meu homem, pois sou possessiva.
Serás o corpo ao meu lado,
Serás o prazer, a entrega...
Tornarás o entardecer
Um evento sem pressa.

E, quando não estiveres aqui,
Estarás perto com esses olhos
Que me observam, me miram.
Esse encanto nunca morrerá.
Porque há de ser meu homem
Por toda essa vida e
Por todas as que existirem,
E do outro lado da morte.

Para quem se impressiona,
Se aterroriza com esse desejo explícito,

Com essa confissão pecaminosa,
Digo que, de tanto amar, não peco:
Aproximo-me de Deus.

Sim, há de ser meu homem!

E se alguém acha mais belo chamá-lo de
Amor, marido ou amante,
Digo que chamo pelo que és: homem.
Ou seja, tudo isso e mais um pouco.
Pois é meu... meu corpo,
Meu coração, minha mente,
Minha alma, meu ser.
És meu homem e eu sou tua...
Amada, amante, mulher.
--

(Encontrei em meus arquivos hoje. Não lembro quando escrevi, mas acabo de editar.)

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