"Lá se foram os dias em que as horas tão passadas se deram lentas e vagas como cortinas brancas flutuando em casas cinzentas. Foi-se também meu grito curto e ameaçado de chamar a atenção de alguém quando eu vi uma mulher cantando, coberta de suas roupas simples como vestes roídas por ratos, e o formato de sua fisionomia contendo uma beleza pobre não foi capaz de compensar sua voz gritante e humilhada! Que fortes palavras a têm! Insisto eu enquanto tento emitir um comentário sobre a minha inquieta dúvida, ansiosa e até barulhenta pergunta de eu ter o ciúme de somente eu querer a voz que não me pertence. Estou tentando caber no que não chamo de realidade, mas é que a dimensão exata do diâmetro do silêncio onde muito me escondia já não tem a abertura suficiente de eu escapar do mundo. E de onde virão meus próximos medos? Não sei bem como o descrever o que me virá nas horas poucas que restam como as sobras da última ceia ainda não bem devorada por bocas secas e sem vontade de fome. Mas sei, de meu imediato instante, que não quero ficar por aqui tentando lembrar novamente do meu antigo retrato pendurado na parede amarelada da sala".
J.X.N - Dedico meu hoje, meu mais forte apego, àqueles que chegaram perto do meu escuro, sem mesmo entenderam minhas palavras. Obrigado por tudo!
(João Ximenes Neto é visitante constante de nossa humilde Casa)
"Aqui moram seres feitos de sonhos... Eles se alimentam dos sonhos uns dos outros... Eles acreditam nos sonhos uns dos outros... Eles transformam em concreto o sonho uns dos outros... Tudo porque eles são escritores! Alguns residem nessa casa desde sua criação... Outros vêm passar uns dias, como convidados! Mas todos têm a alma dos sonhadores, capazes de traduzir sentimentos, emoções, vida em palavras!" - Seja bem vindo a nossa casa!"
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